quinta-feira, julho 19, 2007

PAN PAN PAN PAN...

Por: Denise Fonseca

Grupos protestaram em frente ao prédio da Prefeitura do Rio de Janeiro contra os gastos exorbitantes para a realização dos jogos Pan-Americanos. Quantia essa, que poderia ser usada com educação, saúde e segurança, setores importantes para a população, e que estão agonizando. O esporte é importante, essencial, e torcer por nosso País, sem dúvida, é um processo catártico que nos faz, até mesmo, esquecer as dificuldades. Mas, pensando melhor, por que só nos sentimos cidadãos brasileiros quando estamos num estádio, torcendo para que nossa seleção vença? E se não vence, não perdoamos, não é mesmo? Vaias! Até para o Presidente, que está perdendo na sua árdua e complexa tarefa de governar um país, de forma honesta e séria. Será que se fôssemos cidadãos todos os dias, os governantes não se sentiriam obrigados, através da pressão, a adotarem ações mais efetivas? Será que se agíssemos como verdadeiros cidadãos no nosso dia-a-dia, nosso País não seria mais amigável, conseqüentemente melhor para se viver? Que tal recusar subornos dos políticos em troca de votos? Em vez disso, cobrar depois de sua posse tudo o que prometeram em campanha? Que tal anotar numa lista negra os nomes daqueles políticos que não honraram nosso País com honestidade e trabalho verdadeiro?
Ser cidadão não é somente ser um torcedor ferrenho, mas, adotar atitudes perante nossa sociedade, pensando sempre no coletivo. Podemos começar por ações respeitosas perante o próximo, perante o meio-ambiente, com a nossa cidade, com nosso País. Ah, e em relação ao Pan, é muito gostoso ver os esportistas brasileiros subirem ao pódio, é muito bom torcer para que eles ganhem mais medalhas, mas devemos torcer também por um Brasil em que todos tenham escolas bem estruturadas para estudarem; um Brasil com hospitais públicos em que os doentes não tenham de esperar em filas infindáveis e se acomodarem em corredores frios implorando por atendimento; um Brasil no qual possamos sair às ruas tranqüilos, ir e vir sem o pavor e a tensão da probabilidade de sermos assaltados ou mortos.

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