segunda-feira, janeiro 29, 2007

Tom Jobim

Garota de Ipanema

Tom Jobim

Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça,
É ela menina,
que vem e que passa,
Num doce balanço,
a caminho do mar.
Moça do corpo dourado,
Do sol de Ipanema,
O seu balançado é mais que um poema,
É a coisa mais linda que já vi passar.
Ah! Como estou tão sozinho.
Ah! Como tudo é tão triste.
Ah! A beleza que existe,
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha.
Ah! Se ela soubesse que quando ela passa
O mundo interinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.
Só por causa do amor...

EGITO FASCINANTE

POR: Denise Fonseca

O Egito é o 2º maior país da África. Em 3000 anos o Egito foi governado por 30 dinastias. Essas famílias se mantinham no poder através de casamentos de mãe e filho, irmãos e irmãs, tios e sobrinhas etc. De um fato todos sabemos, sem a existência do rio Nilo e o fenômeno das cheias das chuvas todos os anos, o Egito seria hoje apenas a parte oriental do Saara, provavelmente desabitada. Enquanto o Nilo, o 3º rio maior do planeta, com cerca de 6500 km de comprimento é considerado o solitário deus da fertilidade pelos egípcios, são as monumentais pirâmides que atraem multidões até hoje, devido ao misticismo que as envolvem.
As pirâmides foram construídas com o propósito de servirem de túmulos para os faraós. Como os faraós eram enterrados com grande riqueza, as pirâmides passaram a ser alvo de ladrões e a idéia megalomaníaca de suas construções foi abandonada. Os egípcios acreditavam que a vida continuava após a morte e que o espírito continuava vivendo. Por isso, era necessário conservar o corpo. Assim, desenvolveram o costume de mumificar seus cadáveres. Junto a eles se colocava nas tumbas, vestidos, alimentos, móveis, pinturas, além de jóias e objetos valiosíssimos.
A Grande Pirâmide, o túmulo do faraó Quéops, com 140 m de altura, construída com 2,3 milhões de blocos de pedra é a mais velha das sete maravilhas do mundo. O Egito era um país politeísta, adorava a vários deuses, alguns em formas de animais e outros zoomórficos, com forma de humanos e animais. Akhenaton, que reinou por 17 anos entre 1379 e 1362 a. C. fundou uma nova religião monoteísta, em que deveriam adorar ao deus Aton. Depois de sua morte, seu filho Tutankamon, reimplantou o politeísmo, manipulado pelos sacerdotes.
Quem construiu as pirâmides? Provavelmente mentes brilhantes e corpos fortes. Naquela época já existiam astrônomos e arquitetos. Os trabalhadores braçais, aos montes, faziam o trabalho pesado. As principais pirâmides são: Quéops, Quéfren e Miquerinos.

Ramsés II- foi o maior dos faraós. Era acompanhado de seu leão de estimação. Governou por cerca de 66 anos no séc. 13 a C. Teve 90 filhos com várias esposas, dentre irmã e filhas. Matou inimigos e venceu batalhas por conta própria.

Tutankhamon – assumiu o trono com 10 anos e uma década depois morreu de forma misteriosa. Sua tumba foi descoberta em 1922 e ainda envolve mistérios. Um deles é que na ocasião da descoberta de sua cripta, encontraram uma trilha de tesouro deixada por ladrões, que parece, fugiram quando estavam saqueando sua tumba no Vale dos Reis. Não se descobriu o por quê...

Deuses egípcios: Amon-Ra – deus solar; Osíris – deus do bem; Ísis – deusa mãe; Horus – deus do sol nascente; Set – deus do mal; Thot – deus da sabedoria; Anúbis – deus da embalsamação, guardavam as tumbas; Bastet – deusa-gata; Nut – deusa do firmamento divino.

Fontes: National Geographic- Tesouros do Egito –Ed especial ; A Magia do Egito – Nilo, dádiva dos deuses, Ed. Escala.

120 ANOS DE MANUEL BANDEIRA


POR: Carmen Amazonas

Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Carneiro de Souza Bandeira, o mais lírico dos poetas. Nasceu em 19 de Abril de 1886, em Recife, Pernambuco. Prosador, importante cronista, crítico e historiador da literatura e da música. Dentuço de natureza, a mãe lhe ensinou a sorrir muito, pois gente dentuça quando séria fica antipática. Deixou mais de 350 poemas, dezenas de crônicas, antologias, traduções, biografias e letras de música.

1896 – Muda-se novamente para o Rio de Janeiro, onde cursou o externato do Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II). Teve entre outros professores João Ribeiro.

1903 – Em São Paulo começa a trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, da qual seu pai era funcionário.

1904 – Descobre que é Tuberculoso, abandona as atividades e volta para o Rio. Passa por diversas cidades em busca de um melhor clima para sua saúde.

1910 – Participa de um concurso de poesias da Academia Brasileira de Letras. Em Charles de Guérin encontra as rimas toantes que usaria em Carnaval.

1912 – Escreve seus primeiros versos livres, sob a influência de Apollinaire, Charles Cros e Mac Fionna Lead.

1913 – Embarca para a Suíça com intuito de tratar-se no sanatório de Clavavel, reaprende o alemão.

1914 – Volta ao Brasil

1916 – Morre sua mãe, Francelina.

1917 – Pública seu primeiro livro: A Cinza das horas, edição de 200 exemplares, custeado pelo autor. João Ribeiro escreve um artigo elogiando o livro. Devido ao emprego de um hiato num verso do poeta Mário Mendes Campos, desenvolve sua crítica, junto a Machado Sobrinho, no Correio de Minas.

1925 – Escreve critica musical para a revista A Idéia Ilustrada. Ganha primeiro dinheiro com literatura, 50 mil réis, colaborando para o suplemento cultural do jornal A Noite.

1935 – Nomeado inspetor do ensino secundário pelo Ministro Gustavo Campanema.

1937 – Recebe Prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira, no valor de 5 mil cruzeiros, seu primeiro lucro material com poemas.

1938 – É nomeado professor de literatura do Colégio Pedro II, no rio.

1940 – É eleito membro da Academia Brasileira de Letras; ocupa a cadeira 24.

1943 – Nomeado professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia.

1944 – Publica Obras Poéticas de Gonçalves Dias, edição crítica e comentada.

1948 – Lança a primeira edição de Matuá do Malungo, impresso em Barcelona por João Cabral de Mello Neto.

1949 – Traduz, O Auto Sacramental do Divino Narciso de Sóror Juana Inês de la Cruz.

1951 – Publica Biografia de Gonçalves Dias

1968 – Morre em 13 de Outubro, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Rio de Janeiro

Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou felizLá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive...

...E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90Manuel Bandeira: sua vida e sua obra estão em "Biografias".
Fonte de pesquisa: Revista Bravo, Edição: 113

segunda-feira, janeiro 15, 2007

PALAVRAS


Esta poesia ficou entre as 60 no concurso literário da Editora Litteris

por: Denise Fonseca

Quando perdi meu grande amor
Vieram me dizer algumas palavras,
Que revolveram meu orgulho
E amaciaram minha dor.
Da minha boca, nenhuma palavra.
Estavam fragmentadas em meu coração
Despedaçado na desilusão e amargor.

Quando deixei de amar alguém
Ouvi dele as palavras:
Juras de amor e abandono,
De desamparo e aflição.
Da minha boca só uma palavra,
A da compaixão, mas, da resolução:
Eu não mais te amo!

Quando encontrei meus amigos
Havia tantas palavras a trocar.
Afeto, carinho, amizade,
Novidades e triviais também.
E nas nossas bocas se emaranhavam
E saltitavam livres e eufóricas, muitas palavras.

Quando vi uma flor desabrochar
Palavras se desenharam em minha mente.
Da minha boca só um: oh!
Pois elas ficaram inibidas
Diante da beleza singular.

Quando meu pai morreu
Vieram me dizer algumas palavras:
Condolências, afago, não sei o que.
Vazias para ouvir e penosas para dizer.
Da minha boca, nenhuma palavra.
Elas rolavam dos meus olhos,
Diluídas no egoísmo da dor.

Quando falei com Deus,
Da minha boca, nenhuma palavra.
Não ouvi nenhuma palavra.
Deus ouve os pensamentos
E fala através da nossa consciência
Com emanações de conforto à alma.

Quando vi uma criança chorar,
E o velho abandonado,
O doente no hospital
E o descrente pelas ruas,
Da minha boca vieram palavras
De clamor em verso, prosa e canto,
Para não perderem a coragem e a fé.

Quando me perguntaram o que são palavras,
Da minha boca saíram palavras:
É o encantamento e o milagre.
A força que derruba barreiras e transforma.
Ditas no momento certo é luz que transcende.
No momento indevido é faca no coração.
O vento as leva, mas seu espírito vagueia.
Enaltecem a alma.
Iluminam o caminho.
É elo entre nós humanos.
As palavras são tudo.