quarta-feira, julho 11, 2007

FLIP 2007











FLIP/2007

Estivemos na FLIP/2007 em Paraty. Não assistimos a todas as mesas, mas podemos comentar sobre as que tivemos o prazer de assistir. As boas vindas foram dadas pela presidente da FLIP, Liz Calder (muito simpática). Depois, uma crítica de teatro, Bárbara Heliodora leu um texto quase infindável sobre Nelson Rodrigues, nada muito expressivo. Então, veio a Orquestra Imperial, formada por uma variedade eclética de músicos brasileiros, que valeu a pena. Tudo estava muito divertido e dançante até que convidaram o músico João Donato para tocar. Confesso que esperava mais, já que foi tão bem recomendado. Porém, achei que o show ficou maçante.
O primeiro debate que assistimos foi Uivos, com Chacal e Lobão. Não conhecia Chacal e gostei de sua poesia lúdica, um jogo que brinca com as palavras. Lobão, embora pareça mais intelectualizado, continua com suas idéias reacionárias e o rock esbravejador. A mesa de Sexta-feira, com Fernando Morais, Paulo César de Araújo e Ruy Castro, biógrafos, autores das obras sobre as vidas de Olga Benário, Roberto Carlos e Nelson Rodrigues, respectivamente, foi sem dúvida a mais dinâmica que assistimos, principalmente devido às explanações de Paulo César sobre a biografia proibida de Roberto Carlos, e que deixou muitos fãs do “rei” decepcionados. A decepção maior foi o prêmio Nobel de Literatura de 2003, J. M. Coetzee. Recusou-se falar sobre sua vida e sobre seus livros, apenas fez a leitura de uma de suas obras e foi-se sem dar ao menos um sorriso ou esforçar-se para ser um pouco simpático. Não falar da própria vida, tudo bem, mas recusar-se a falar dos livros que escreveu, numa festa literária, é uma grande incoerência.
A leitura da estória “O Beijo no Asfalto” feita por vários autores brasileiros, inclusive Nelson Motta no lugar de Arnaldo Jabour, que não pôde comparecer, foi hilário, e por isso mesmo, a “cereja do bolo”. Embora tenham sido dirigidos por Bia Lessa, acho que não tiveram tempo hábil, e por ter sido uma performance informal, cheia de improvisações é que foi um dos melhores momentos da festa em homenagem a Nelson Rodrigues.
Fora das tendas, o destaque foi para a Flipinha, que divertiu e levou muita cultura e literatura às crianças e jovens, inclusive com a presença de Gabriel O Pensador; e para os eventos paralelos da Off Flip, que, graças a Deus, vem todo ano dando oportunidade aos escritores que estão tentando um lugar ao sol nessa calçada da fama tão estreita da literatura. Parabéns a todos os responsáveis e a Paraty, por abrigar esta festa, que sem dúvida, é a melhor que existe na Costa Verde. (Por Denise Fonseca)

Na SPAsophia, fisicamente, temos fotos e mais novidades que trouxemos da FLIP/2007.

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