No sábado, enquanto Carmen foi
para a palestra “A Escola que queremos é uma escola de leitores”, na Casa de
Cultura, eu fui para a Casa Folha assistir Zeca Camargo em “Nu”. Simpático, bem
humorado, ligado no 220 volts, Zeca Camargo falou sobre sua vida profissional e
sobre seu novo livro: Nu, que será lançado em agosto em forma de e-book pela
editora E-Galáxia. No livro, ele relata reflexões sobre seus 50 anos de vida e
de como lidar com a idade e as consequências que ela causa no corpo e na alma.
A hora do almoço foi um martírio para encontrar um restaurante. A cidade estava
insuportavelmente lotada e só conseguimos almoçar lá pelas 3 da tarde. Nesse
dia, houve também uma manifestação de moradores, carregando cartazes com
diversas reivindicações, que circulou pelas ruas de Paraty, chamando a atenção
dos turistas. Já de tardezinha, nos estabelecemos na tenda da Flipinha e
assistimos o final de uma conversa com vários escritores que discutiram sobre
as obras de Graciliano e declamaram poesias. A seguir, já com a tenda e
arredores lotados, Adriana Calcanhoto entrou com seu violão para lançar seu
novo livro: Poesia Brasileira para crianças de qualquer idade, onde ela
organizou poesias de poetas brasileiros e também ilustrou. Foi entrevistada por
Arthur Dapieve, cantou as poesias do livro e, embora o som estivesse baixo e o
ruído sonoro devido ao número de pessoas presentes, perturbador, a apresentação
foi instigante. No final, enfrentei uma fila de 1 hora para pegar seu autógrafo.
Valeu! Às 9h30m, pegando carona na onda de manifestações e protestos pelo
Brasil afora, assistimos ao debate O Poder e o Povo, com André Lara Rezende, um dos responsáveis
pelo Plano Real e Marcos Nobre, com mediação do jornalista da Globo, William
Waack. A discussão foi acalorada do início ao fim, um discordando do outro e
com várias interrupções inconvenientes do mediador, o que ocasionou reclamações
e vaias do público inflamado. Para ilustrar o debate, um jovem mais afoito, se
manifestou de forma exaltada para os padrões Flip e foi arrastado para fora da
tenda pelos seguranças. No final, depois de se cansar da hostilidade do
público, o jornalista William Wack, firmemente e compenetrado, declarou que
trabalha na Globo, mas que estava ali como pessoa física e expôs sua opinião,
mencionando sua experiência de anos, dizendo que: “movimentos sociais sem clara
definição (difusos) provocam menos mudanças do que as esperanças que
despertam”, citando como exemplo a Argentina e a Itália. Bravo!
Texto: Denise Constantino
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