domingo, outubro 29, 2006

O MITO DAS BRUXAS

foto:www.cranik.com
Por: Denise Fonseca
O cristianismo foi declarado religião oficial do Império Romano (logo eles que trucidaram cristãos nas arenas), por motivos meramente políticos. Porém, ele não atingiu todas as classes da população, apenas àqueles que vivam na parte urbana. Os que viviam nos campos, longe das zonas de comércio e ensino, eram maioria, e permaneceram fiéis aos seus antigos deuses, o Deus de chifres e a Deusa-mãe, e por isso receberam o nome de pagãos. Pagão significa “morador do campo”. O poder de manipulação, domínio e intriga dos poderosos do cristianismo estavam crescendo a cada século e uma de suas estratégias para destruir com as festividades pagãs, foi incorporá-las às suas comemorações religiosas, como: o festival de solstício de inverno que comemorava o nascimento do Deus-Sol, passou a ser o Natal; o festival de Samhaim, comemoração aos mortos, passou a se o Dia de Todos os Santos, ou Finados. Apossaram-se também de locais sagrados da Antiga Religião e levantaram igrejas cristãs; os Deuses foram transformados em santos. O culto Á Virgem Maria veio da importância da Deusa-mãe. Alguns pagãos se renderam à nova religião, outros se mantiveram fiéis à Antiga Religião. Com o tempo, o que restou da religião se misturou à magia popular e práticas do xamanismo dos povos bárbaros, que consistia em feitiços feitos com uso de ervas, bonecos, com intuito de curar, atrair boa sorte, amores e até para fins nada nobres.
Para acabar totalmente com o paganismo, os cristãos, liderados pelos poderosos papas e padres, atribuíram aos deuses pagãos a personificação do mal. Os deuses agropastoris Pã e Silene, dotados de chifres e cascos de bode, foram denominados como satã, visto que os cristãos ainda não tinham uma forma para dar ao antagonista do Deus cristão.
Para acabar de uma vez por todas com os que se opunham à igreja, formou-se o tribunal da santa inquisição, num tempo chamado de Era das Fogueiras. As primeiras vítimas foram os gnósticos, os cátaros e os templários. Como ainda existiam cultos aos deuses antigos, aproveitaram para, através de acusações de canibalismo e outras, levarem os pagãos, que chamaram de bruxos, às fogueiras, não antes de torturá-los das formas mais brutais possíveis. Além de pagãos, também foram caçados os doentes mentais, homossexuais, pessoas invejadas pelos poderosos, mulheres velhas e solitárias. As mulheres eram despidas e tinham o corpo revistado várias vezes em busca de uma suposta “marca do diabo”. Eram açoitadas, marcadas a ferro, violentadas, e por fim, condenadas como bruxas, eram queimadas vivas. Também passavam pela prova da água, em que os inocentes boiariam, então muitos também morriam afogados. Anciãs que moravam com gatos também eram declaradas feiticeiras, daí a ligação dos gatos com as bruxas.
Em relação às mulheres, que foram as maiores vítimas da inquisição, nota-se que essa perseguição também foi mais uma forma de discriminação e preconceito pelo sexo feminino. E, mais estranho, isso tudo veio de uma religião que se dizia “de amor”. Até mesmo os protestantes não perdoaram. Por causa disso, os ditos pagãos passaram a viver na clandestinidade e ainda hoje acredita-se nas bruxas da Branca de Neve, João e Maria. Não serão apenas caricaturas impostas pela discriminação e intolerância dos poderosos que moldaram à moda deles uma religião que deveria ser de amor?
Na verdade, a bruxaria consiste em extrair da natureza tudo o que precisamos para ser felizes. As bruxas são simplesmente mulheres conscientes do seu poder e detentoras de segredos mágicos capazes de ajuda-las a transformar a realidade segundo seus desejos. Você que é mulher, se identificou?
Fonte: Revista História Viva nº 35 Ano III / www.casadobruxo.com.br

sábado, outubro 28, 2006

PORTAL DA IMAGINAÇÃO


( 29 de Outubro Dia Nacional do Livro)
(Carmen Amazonas)

O Livro é um instrumento intelectual que se adapta às emoções, expectativas e necessidades de conhecimento e entretenimento.
Todos têm um papel fundamental no desenvolvimento de um livro: o autor que o compõe deixando ali registrados seus anseios, sonhos, frustrações e informações, sua experiência e o leitor que aprecia e é um crítico natural. O bibliotecário, tão carinhoso e cauteloso ao coletar, organizar e indexar as coleções de livros.
Os primeiros escritos eram feitos em tabuletas de argila ou pedra, depois veio o Volumen, um cilindro de papiro que era desenrolado conforme ia sendo lido, dos quais os escritos eram feitos em colunas.
Muitas vezes um cilindro poderia comportar diversas obras, chamando-se assim de tomo, que podia ter de 6 a 7 metros e quando enrolado chegar a 6 cm.
O papiro é parte de uma planta, que era liberada, livrada(latim libere, livre) do restante da planta, originando a palavra líber libri, em latim, tornando-se em português LIVRO. No século a.C. foram encontrados os mais recentes papiros.
Aos poucos foi substituído pelo pergaminho, feito de couro bovino ou de outros animais. O Volumen, também foi trocado pelo formato códex, que era uma junção de páginas, não mais em rolo, sendo então costurado.
Na Idade Média, era considerado objeto de salvação. - Monges copistas: Reproduziam obras em tempo integral. - A escrita se aperfeiçoa surgindo pontuação, letras maiúsculas, índice, gênero, além de outras como a didática. O papel substitui o pergaminho. Surge a impressão no século XIV. Gravação de blocos de madeira de cada página, mergulhando em tinta, transferindo o conteúdo o papel. Surge a máquina impressora.
Na Idade Moderna, em 1455, Johannes Gutenberg cria uma nova técnica de impressão dando início com a Bíblia em latim. Acontece a popularização dos livros. Surge os novos Gêneros: romance, novela, almanaques.
Idade Contemporânea surge as Enciclopédias.
No Século XX surge o Livro Eletrônico; disponíveis através de computadores.

Os Mais Vendidos: 1º - Bíblia e 2º - Guiness Word Book of Records

Ensaios, memórias, romance, novelas, poesia, teatro, biografia, história em quadrinhos, anúncios, bibliografias, dicionários, manual, enciclopédia, guia turístico, didático, relatório. Seja qual for o gênero, o livro faz parte de nossa história, é a própria história viva nos convidando a uma viagem.

Páginas de uma vida
No mundo da imaginação, somos capazes de mergulhar no infinito de um livro onde ganhamos asas a cada página. Vivemos e nos confrontamos com personagens, histórias e conhecimentos. Sem ele seríamos esquecidos, nos faltaria a raiz de toda uma existência. O passado constitui as páginas do presente onde descobrimos o futuro.
Fonte: www.pt.wikipédia

quinta-feira, outubro 26, 2006

A VINGANÇA DE GAIA

Por: Denise Fonseca
De acordo com o cientista inglês James Lovelock, em entrevista à Revista Veja de 26/10/06, o aquecimento global já passou do ponto sem volta e a situação se tornará insuportável por volta de 2040 (menos da metade do século!). Segundo ele, os países tropicais serão impróprios para a vida. Somente os países localizados nos pólos terão chance, como: Cordilheira dos Andes (mais perto do Brasil), Canadá, Sibéria, Japão, Noruega e Suécia. Já que é assim, só nos resta...orar! Por isso publicarei meu poema sobre a Terra, que ganhou menção honrosa como 14º lugar no 4º Prêmio Artez Literário em SP.

SUA MÃE TERRA

Eu sou Terra.
Meu azul é da imensidão do mar,
Meus companheiros são o sol e a lua.
Meus vizinhos Marte e Vênus,
e pertencemos ao Sistema Solar.
Há milhões de anos atrás,
evolução, cataclismos e explosões.
Das minhas entranhas férteis e audazes
brotaram os primeiros seres vivos
da lava, plasma, fluídos aos milhões.
Partículas cósmicas, tudo se misturaram.
Sou mãe e assim parecendo grávida,
Plantas, rochas, animais se revelaram
através dos átomos, moléculas, seres unicelulares.
Rústica, selvagem, hostil, tão ávida.
E depois de tantas transformações vibrantes,
montanhas, mares e rochas espetaculares,
ressurjo das intempéries, bela e triunfante.
Luz, água, fogo, ar, vida!
Sou Gaia!
Também assim conhecida.
Florestas encheram-me de rara beleza,
Homens puderam então viver.
Generosa, servi-os com total presteza
para poderem em meu colo evoluir.
E como filhos que anseiam crescer,
são filhos ingratos e agora me fazem ruir.
Sugaram em meu seio e me usaram.
Hoje me queimam, secam minhas águas.
Derrubam minhas florestas, me violentam.
Destroem minha energia e me mascaram.
Grito socorro!
Mas não me ouvem,
Como todo filho teimoso...
Para onde corro?
Onde estão minhas palmeiras
e os meus sabiás?
Meu azul está desbotando,
transformando-se em marrom de deserto.
Quem poderá me salvar?
Minhas defesas estão se descontrolando.
Mando avisos para alertar:
Tsunamis, erupções, furacões,
chuvas arrasadoras, enchentes,
seca e calor causticante.
Mas nenhum desses sinais é o bastante.
Amanhã, serão meus filhos chorando,
E eu, como mãe anciã e debilitada,
No leito em estado terminal,
derramarei lágrimas perdidas de sangue,
E não poderei fazer mais nada!
Será nada mais que o meu, o seu final.
Sou Terra.
Sou Gaia.
Sou sua mãe!

quarta-feira, outubro 18, 2006

HOMENAGEM AO PINTOR= 18/10/06



Em homenagem ao dia do pintor, àquele que só queria pintar a vida:

VINCENT (starry starry night)
Noite estrelada...
Pinte sua paleta azul e cinza
Olhe para um dia de verão
com olhos que sabem da escuridão
em minha alma...sombras nas colinas...
Esboçam as árvores e os narcisos...
Colhem a brisa e os frios de inverno
Em cores na planície sob a neve.
Agora eu compreendo...o que você tentou dizer a mim... como sofreu por sua sanidade...
Como tentou os libertar... eles não ouviriam, não saberiam como...Talvez escutem agora...
Noite estrelada.
Flores flamejantes que brilham em clarões.
Nuvens girando em névoa violeta
refletem nos olhos de Vincent porcelana azul.
Cores mudando em matizes
Campos matutinos de grãos dourados.
Faces desgastadas estampadas em dor...são suavizadas sob mãos amantes do artista...
Pois não o puderam amar...
Ainda que verdadeiro amor...
E quando não havia esperança...
Naquela noite estrelada você doou sua vida, como fazem os amantes.
Mas eu poderia lhe dizer, Vincent...
Este mundo nunca teve sentido para alguém tão bonito como você.
Noite estrelada.
Retratos pendem em corredores vazios
Cabeças sem molduras em muros sem nome
com olhos que observam o mundo e não pode, esquecer, como os estranhos que você encontrou,
homens esfarrapados em trajes esfarrapados.
O espinho prateado da rosa em sangue...
jaz esmagado sob a neve virgem.
agora penso que sei
o que você tentou dizer a mim...somo sofreu por sua sanidade...
Como tentou os libertar.
Não ouviriam e ainda não ouvem.
Talvez nunca irão.
(Don Mclean - tradução da música Vincent)

sábado, outubro 14, 2006

VALORES DO BRASIL

Por: Denise Constantino da Fonseca
Há duas semanas atrás publicamos um texto sobre a colonização do Brasil e perguntamos se é devido a ela o que está acontecendo no Brasil hoje. 63,63% responderam que sim e 36,36% responderam que é apenas um dos fatores. Coitados dos portugueses. O fato é que quando algo começa errado há sempre uma chance, uma oportunidade de incutir uma mudança. Dizem que “pau que nasce torto, morre torto”, mas, citando Chico Xavier, prefiro dizer que: se não podemos voltar atrás e mudar o passado, podemos mudar agora e fazer um novo amanhã.
Li uma entrevista com um conhecido autor de novelas que expressou sua surpresa porque os telespectadores atualmente torcem pelos vilões, pelos cafajestes. Estes que dão maior ibope e os bonzinhos passaram a ser os chatos. Isso significa que nossos valores se perderam em algum lugar no espaço. As pessoas não querem mais se esforçar para vencer na vida, querem dinheiro, fama, sucesso, sem fazer nenhum esforço. Por isso, torcem pelos ídolos que representam os cafajestes na TV, um mau exemplo para a população, principalmente para os jovens. O que um jovem pode aprender assistindo um seriado como “Malhação”, “Rebelde” e companhia? É mais fácil ficar em frente a uma televisão abitolando a mente de bobagens, fazendo uma lavagem cerebral, do que ler um livro edificante. É mais fácil para uma menina vestir-se como uma atriz ou modelo, pintar-se, transfigurar seu rosto outrora angelical, esquecer que ainda é inocente e deixar-se contaminar pelos apelos sensuais da TV e da cultura empurrada pelos guetos, que tratar a alma e a inteligência. Que mundo estamos deixando para nossas crianças? Não podemos nos eximir dessa responsabilidade, pois é muito cômodo nos negarmos a deixar de assistir a nossas novelas com cenas impróprias achando que aquilo não vai interferir no psicológico dos pequeninos. Não se trata de moralismo (doutrina ou comportamento filosófico ou religioso que elege a moral como valor universal, em detrimento de outros valores existentes), mas, de moralidade (conjunto dos princípios morais como a virtude, o bem, a honestidade etc., socialmente estabelecidos em determinada época). Não devemos deixar que nossas crianças e jovens pensem que atitudes como a dos mensaleiros, sanguessugas e de gente que se vende, são normais e aceitáveis. Pelo contrário, devemos incutir em suas mentes e estimulá-los para que um dia possam estar lá no mesmo lugar, mas fazendo diferente, colocando os valores elevados em prática, resgatando-os a serviço do próximo. Podemos fazer diferente, só depende de nós.
Fonte: Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa

terça-feira, outubro 10, 2006

CRIANÇAS ÍNDIGOS


Por: Carmen Amazonas

Elas estão em todas as partes do planeta e apresentam determinadas características consideradas especiais. Sua estrutura cerebral se difere devido à utilização simultânea do hemisfério esquerdo e direito, sendo o direito o de maior atividade. O número delas no planeta vem aumentando desde os anos 80, e muitos deles já estão adultos e idosos.
São intuitivas, inteligentes, sensitivas, e possuem grande facilidade para compreender a justiça divina. São criativas e perceptivas e têm uma ótima memória, podendo divagar sobre vidas passadas com muita naturalidade. Também tendem a ser hiperativas, porém, nem todas as crianças hiperativas são índigos e vice-versa. São provas de uma evolução da consciência humana. Pacificadoras por natureza, almas velhas e sábias, uma grandiosa esperança para o futuro do planeta. Associam os pensamentos á ação como meta de vida. Trabalham a mudança de si para o próximo, diminuindo assim, o egoísmo, inveja e exclusões.
A FAMÍLIA é a “pedra fundamental” onde tudo deve começar, sendo imprescindível haver relações verdadeiras e muita negociação, gerando assim, autenticidade, transparência e maior confiança nos inter-relacionamentos. Nas ESCOLAS, é preciso uma nova filosofia para uma adaptação aos interesses dessas crianças. É preciso ensiná-los como pensar e não o que pensar. Passar sabedoria ao invés de conhecimento. É extremamente difícil para essas crianças permanecerem em um sistema em que elas não sentem autenticidade. As escolas devem colaborar e os pais educarem. É necessária uma profunda revisão nos objetivos e limites da educação escolar, para que se possa adaptar aos potenciais dessas crianças. São embaixadoras da paz, precursores da fraternidade. Precisam ser lapidados para uma paz nunca antes vislumbrada na história do planeta. Sua razão maior é introduzir na humanidade a honestidade, cooperação e amor. Nossas habilidades telepáticas naturais serão restabelecidas, mentir será impossível. Segundo alguns autores, as crianças índigo são assim chamadas porque são iluminadas por uma aura azul-índigo, que estaria associada à mente (chacra frontal) e à espiritualidade (aura de cor índigo). De acordo com as características de cada uma, são assim divididas:

As humanistas: Articuladores das massas. São facilmente reconhecidos por terem facilidade em fazer amizades.
Conceituais: Conhecedores e intelectuais. Estão mais envolvidos com projetos do que com pessoas.
Os Artistas: Sensíveis e intuitivos, são muito criativos.
Interdimensionais: Têm sempre novas filosofias e espiritualidade incomum.

CARACTERÍSTICAS QUE AJUDAM A IDENTIFICAR UMA CRIANÇA ÍNDIGO:

São sensitivos, tendo ouvidos e olhos para detectar o “impossível”;
São sensíveis à música, á pintura, paisagens grandiosas e á beleza em geral;
Vêm o mundo com sentimentos de realeza;
Têm excesso de energia;
Transparecem ser anti-sociais;
Fácil distração ou baixa concentração;
Necessitam emocionalmente de estabilidade e segurança de adultos em volta delas;
Não toleram autoridade;
Têm dificuldades no aprendizado tradicional, necessitando de atenção especial;
Frustram-se facilmente;
Têm dificuldades de memorizar mecanicamente;
São inquietos. Ficam sentados e envolvidos apenas quando o assunto é de seu interesse;
São muito compassivos, tendo muitos medos, como o da morte;
Devido a decepções ou falhas, podem desenvolver bloqueios;
Estão sempre preocupados com guerras, fome, problemas ambientais e animais maltratados e abandonados;
Interessam-se por história, religião e arte;
São abertos e honestos;
Ao encontrarem-se no marasmo, fazem-se arrogantes, porque sentem necessidade de novos desafios e limites;
São extrovertidos; originais; determinados; tenazes.

Quando adultos podem se tornar sensíveis à eletricidade. São expressivos sexualmente, mas podem em outros momentos, recusar a sexualidade por aborrecimento ou para manter um elo maior com a espiritualidade. Podem optar por relacionamentos sexuais diferentes. Ao alcançar o equilíbrio, transformam-se em indivíduos realizados, fortes e felizes.
A necessidade de nobres valores faz surgir mudanças há muito tempo esperadas no planeta. É preciso regenerá-lo, transformando-o em um mundo melhor.

“Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham”. JESUS CRISTO

Acontece em São Paulo no dia 15 de novembro de 2006 o 1º Seminário de Educação e Orientação a Índigos(seminário.indigos@terra.com.br), coordenado pela psicóloga Valdeniza Sire Savino.
Fontes de pesquisa:
www.flordavida.com.br
www.casa-indigo.com
Revista Espírita Além da Vida








domingo, outubro 08, 2006

GÊNIOS LOUCOS?




Por: Denise Fonseca

Quando ouvi a música Chatterton cantada por Seu Jorge e Ana Carolina, me bateu uma curiosidade pertinente. Aproveitando o dia da Saúde Mental em 10/10, gostaria de fazer uma breve consideração a respeito de gênios loucos ou que se suicidaram, os que não são poucos. Platão já dizia que uma espécie de “loucura divina” era base fundamental de toda criatividade. Nietzsche disse: “A loucura é o limite da liberdade”. E Fernando Pessoa: “Loucos são os sábios, loucos são os gênios, loucos são os santos”. Afinal, há uma linha tênue entre o filósofo e o louco. É só procurar nos livros de história para sabermos que o poder criativo de muitos artistas e filósofos célebres de todos os tempos caminhava junto com uma instabilidade psíquica dotada de traços patológicos, como variações de humor, manias, fixações, alcoolismo e dependência de drogas. Há muitos estudos sobre o assunto, mas o nosso propósito é apenas citar alguns desses gênios loucos e magníficos que foram tão importantes para nossa história e para o mundo.
FREDERIC NIETZSCHE – 15/10/1844 a 25/08/1900. Filósofo alemão. Além de filosofia, estudou teologia, grego, alemão e latim. Foi criado em ambiente feminino extremamente religioso. Quando começou seus estudos na universidade abandonou o cristianismo. Apaixonou-se pela esposa de seu amigo, o músico Wagner, sem ser correspondido, assim como aconteceu com outras mulheres. Ao sofrer desilusões amorosas, se isolou. Em 1889 começou a ter atitudes lunáticas e passou a usar drogas como o ópio e haxixe. Foi internado com paralisia cerebral, talvez de origem sifilítica. Ficou 11 anos em estado de mutismo e semiconsciência até morrer.

EDVARD MUNCH – 12/12/1863 a 23/01/1944. Pintor norueguês. Precursor do expressionismo alemão. Seu maior sucesso é a obra “O Grito”, que retrata a angústia e o desespero, inspirada nas próprias decepções do artista. Desde criança conviveu com a doença em sua família. Perdeu mãe e irmã de 15 anos para a tuberculose. Muitas de suas obras retratam a angústia da doença. Ficou internado por 6 meses para tratar de um esgotamento nervoso. Em 1936 parou de pintar por causa de uma grave enfermidade ocular. Antes de morrer disse: “A vida representa uma vitória temporária sobre a força da gravidade, mantemo-nos erguidos de pé, mas um dia temos de nos deitar para morrer”.

VINCENT VAN GOGH – 30/03/1853 a 27/07/1890. Pintor Holandês. Também foi criado em ambiente religioso e foi pastor durante 6 meses. Seu irmão Théo o ajudava financeiramente e moralmente. Fundou junto com Gauguin um centro artístico em Arles- França, onde gostava de pintar a vida, ao ar livre. Mas, nunca se entenderam muito bem devido ao temperamento difícil dos dois e numa discussão, Van Gogh cortou a própria orelha e deu-a de presente a uma prostituta. Foi internado várias vezes e sua situação depressiva só aumentava. Tinha dificuldade de interação social e foi diagnosticado como epiléptico. Van Gogh gostava de tomar absinto, o que piorava sua condição psicótica. Sua doença alternava entre fases depressivas e eufóricas, como o distúrbio bipolar do humor conhecido hoje. Matou-se com um tiro no peito. Só foi reconhecido como grande artista após sua morte.

ALBERTO SANTOS DUMONT – 20/07/1873 a 23/07/1932. Brasileiro. Mineiro de Palmira. Pai da aviação. Depois de fazer várias experiências com objetos voadores e colocar suas máquinas nos céus de Paris, encerrou sua carreira em 1910 quando começou a sofrer de esclerose múltipla, o que o envelheceu na aparência, sentindo-se muito cansado. Cada vez que sabia que sua invenção estava sendo usada para propósitos de guerra, ficava mais depressivo, o que o levou ao suicídio, enforcando-se com a própria gravata em um quarto de hotel em Guarujá. Além do avião, inventou outros artefatos, como o relógio de pulso.

ROBERT ALEXANDER SCHUMANN – 08/06/1810 a 29/06/1856. Pianista e músico alemão. Em 1832, em um incidente, perdeu os movimentos do 4º dedo da mão esquerda. Tinha perturbações mentais que o afligia desde pequeno, causada por uma séria inflamação do ouvido, que se agravou ao longo de sua vida. Ouvia vozes e músicas aterrorizantes. Em 1854 tenta o suicídio atirando-se a um rio. Foi internado e ficou assim até morrer.

RAUL POMPÉIA – 12/04/1863 a 25/12/1895. Angrense. Jornalista, contista, cronista, novelista e romancista. Formado em Direito e Letras. Quando jovem foi para um internato e o ambiente austero e fechado o deixou muito abalado. Escreveu “O Ateneu”. Foi demitido da direção da Biblioteca Nacional por acusação de desacato à pessoa do presidente (Floriano Peixoto) no explosivo discurso pronunciado em seu enterro. Rompido com amigos, caluniado, sentindo-se desdenhado, matou-se com um tiro no coração.

FIÓDOR MIKHAILOVICH DOSTOIÉVSKI – 11/11/1821 a 09/02/1881. Uma das maiores personalidades da literatura russa, junto com Tolstói. A mãe morreu quando ainda era jovem. O pai fora assassinado em sua propriedade rural pelos próprios servos e quando soube teve sua primeira crise de epilepsia, aos 17 anos. Estudou contra a vontade numa escola militar de engenharia e aos 22 anos se consagrou na literatura. Em 1849 foi preso por participar de reuniões subversivas e passou 9 anos em um presídio na Sibéria, onde só podia ler a Bíblia. Atribuía suas crises epilépticas a uma experiência com Deus, pois durante a prisão converteu-se ao cristianismo.

PEDRO NAVA - 05/06/1903 a 13/05/1984. Mineiro de Juiz de Fora. Poeta, artista plástico, médico. Amigo íntimo de Carlos Drummond de Andrade. Suicidou-se com um tiro na cabeça na Glória- RJ, depois de ser visto sentado numa praça com travestis e prostitutas e antes de receber um telefonema misterioso.

FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES – 30/03/1746 a 16/04/1828. Pintor espanhol. Utilizou estilos como: impressionista, simbologismo, surrealismo e expressionismo. Adoeceu em 1792 gravemente e se restabeleceu um ano depois, ficando surdo. Acabou se isolando. Deixou de ver o lado agradável da humanidade fixando-se nos seus defeitos e nos seus aspectos grotescos. Transferiu esses sentimentos para seus quadros, que tinham visões apocalípticas.

EDGAR ALLAN POE – 19/01/1809 a 07/10/1849. Americano de Boston. Escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor. Um dos escritores mais lidos e admirados de todos os tempos. Ficou órfão aos 2 anos e foi adotado. Na Universidade aderiu ao jogo a ao álcool. Casou-se com a prima de 13 anos. Seus contos abordavam temas como a morte, o horror sobrenatural e os desvarios da mente humana, com linguagem alucinada, revelando os tormentos do autor. Em 1847, depois da morte da esposa, sua dependência alcoólica aumentou e também se entregou ao ópio. Tentou o suicídio e o veneno lhe deixou com paralisia facial. Foi encontrado numa sarjeta 4 dias antes de morrer, pálido e trêmulo, ficando em estado de semiconsciência, com febre, espasmos e delírios. Sua última frase: “Senhor, ajude minha pobre alma”.

A lista é enorme, mas ficaremos com esses nomes magníficos. Afinal, são loucos por não agirem de acordo ao que é considerado “normal”, ao que é comum, ao que a maioria faz? A loucura da sabedoria, da genialidade, da santidade (lembrando Fernando Pessoa) é uma loucura que liberta, uma loucura escolhida, diferente da loucura da doença mental, que escraviza e não deixa escolha. Muitos são considerados loucos apenas por perseguirem seus sonhos, apenas por se rebelarem contra a opressão ou o conformismo. Talvez nem mesmo eles próprios suportaram tanta genialidade. Mas, o fato é que eles vieram na hora certa para encher nosso tempo de beleza e magia: com a arte.
Consultas: www.hottopos.com/mirand4
www.frb.br/ciente/textos%
www.vivermentecerebro.com.br
www.necronayhem.zip.net
www.portalmedico.org.br
www.pt.wikipedia.org
www.suapesquisa.com
www.vidalusofonas.pt
www.arqnet.pt/portal/biografias









quarta-feira, outubro 04, 2006

ONDE

Por: Denise Fonseca

Pois onde está seu rosto de outrora
tão vivaz, tão brilhante e tão belo,
e seus olhos tão claros e lúcidos,
e seu lábio tão doce e singelo?

Você tinha mãos sãs muito fortes,
servis, cálidas, mãos de amante.
Tinha intenso e gentil coração
e também enorme alma vibrante.

Percebi se transformar em infeliz,
assim tão dura, ora triste e angustiante.
Onde está você, aquela tão feliz?

(Intextualidade de Retrato -Cecília Meireles)