SOBRE A FLIP 8

Como ano passado, os autores mais esperados da FLIP decepcionaram. Desta vez foram os quadrinistas Robert Crumb e Gilbert Shelton, que fizeram boa parte do público deixar as tendas antes do final. Isso graças ao desinteresse, a falta de vontade e falta de assunto dos considerados mitos mundiais dos quadrinhos. Eu mesma, que nunca havia deixado uma palestra pela metade, senti-me no direito de sair antes do término. Ainda bem que meu ingresso foi baratinho, para a tenda do telão. Pelo visto, essa mesa, que aconteceu no sábado, às 19:30h só agradou mesmo a um "gringo" que incomodou muitas pessoas com suas gargalhadas estrondosas, solitárias e sem justificativa. Imaginei se ele não estava sendo pago, como plateia de programa de auditório.

Como noticiou um jornal, realmente senti uma nuvem negra sobre a Flip este ano. Provavelmente devido a alguns fatores, como: as críticas devido ao homenageado não pertencer ao gênero de ficção; as críticas em relação à repetição de alguns autores; a falta de convites a escritores nunca convidados e que estão se destacando no cenário literário brasileiro; a crítica devido ao excesso de autores estrangeiros, que nem sempre agradam; o mal humor de alguns escritores, guerreando entre si e esquivando-se das perguntas; o fato de ter acontecido em agosto e não em julho, etc. Para mim, valeu ter ido por Isabel Allende; Ferreira Gullar; pelo charme de Paraty, com as performances artísticas por suas ruas, cafeterias, bares e restaurantes; pelo show de abertura; pela palestra de abertura e pela homenagem a Carlos Drummond de Andrade.

Como tudo que acontece há alguns anos, a FLIP corre o risco de sofrer desgaste. Talvez seja hora de renovar, rejuvenescer, inovar, mudar...Quem sabe na FLIP 9?