segunda-feira, maio 26, 2014

BOURBON FESTIVAL PARATY 2014



O Bourbon Festival Paraty, que ocorreu entre os dias 23 e 25 de maio de 2014, está se transformando em um evento de grande proporção, aproximando-se da grandiosidade da Flip. Diferencia-se no público, com gente mais jovem, bonita, despojada, que desfila pelas ruas de Paraty com long neck na mão e garrafa de vinho debaixo do braço.

Pontos + : Boas bandas, excelentes músicos e apresentações cativantes = boa música. E claro, sempre Paraty com seu charme, respirando arte por todos os poros. Hermeto Pascoal, Shemekia Copeland, Patti Austin e Big Time Orchestra com Tiago Abravanel fizeram a tenda da Matriz arrepiar. Orleans Street Jazz Band e os Buskers nos transportaram para New Orleans alegrando nossas passagens pelas esquinas de Paraty. O espaço em Santa Rita lembrou as viagens musicais em Woodstock, onde o público se ajeitou como pôde pelo chão, com direito a cestas de piquenique e isopor com bebidas.

Pontos - : Muito álcool e drogas. Não entendi porque as pessoas precisam beber tanto, já que a música já nos causa um "barato" natural e nos faz viajar pelo universo de forma saudável, mais tranquila e sem consequências drásticas. Nada contra  um vinho na janta ou uma cerveja com amigos, estou falando sobre os excessos. E é exatamente o que nos falta: controlar os excessos. Debaixo da lona do palco da Matriz, o chão parecia um mar de garrafas e latas, que se transformaram em obstáculos e risco de acidentes para os que queriam apenas ouvir, dançar e curtir boa música. Podiam-se distinguir facilmente os que não possuíam uma garrafa de bebida alcoólica na mão, pois eram poucos. E pior: a maioria dos que se embriagavam eram jovens e de famílias de classe privilegiada. No ar, defumação com erva, aquela que foi liberada no Uruguai. Negativo foi assistir a Tiago Abravanel e Big Time Orchestra, em pleno espetáculo, tomarem meia garrafa de cachaça, garrafa essa que foi dada por alguém do público. Eles não precisavam disso. O Bourbon é muito bom, é contagiante, divertido, encantador, mas espero que não perca sua essência por causa dos excessos.

Apesar de adorar uma boa música, dentre os eventos de Paraty, ainda prefiro a Flip. Prefiro ver um jovem carregando um livro a ver um jovem com uma garrafa de cachaça debaixo do braço.

Por: Denise Constantino (No Bourbon com Carmen Amazonas)

Um comentário:

Carmen disse...

Em Angra dos Reis, o Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande também teve seu objetivo comprometido com a freqüência de um público consumidor de drogas e bebidas em vez da busca de boa música e propostas de consciência ambiental. É cada vez maior o consumo de drogas e bebidas por jovens, que muitas vezes entram em um caminho sem volta. Entre as conseqüências do consumo indevido, há os acidentes de trânsito que podem levar a morte do indivíduo e de outros que atravessam seu caminho. A violência também é uma grave conseqüência desse consumo excessivo.
Há uma necessidade de se trabalhar mais os valores e o respeito. Respeito ao próprio corpo, mente e alma. Respeito a si mesmo e ao outro. Respeito à vida.
“... a música representa a arte viva, a harmonia móvel e vibrante; ...” Léon Denis
Não precisamos de álcool ou drogas para sentir a fluidez e beleza da música. Por si só a música já é inebriante e envolvente, causa-nos uma interação com o universo. Leva-nos ao êxtase.
Em todas as classes sociais o crescente número de usuários de álcool e drogas vem mobilizando ONG e órgãos que tentam conscientizar e conter esse avanço que gera transtornos graves à humanidade. Entre as alternativas, vê-se necessário o incentivo de uma vida mais saudável com a prática de esportes, principalmente, e a importância dos próprios eventos trabalharem uma “CURTIÇÃO” CARA LIMPA – menos álcool, menos droga, mais NATURALIDADE.
A música é um grande instrumento de socialização, de integração entre o homem e o universo e isso precisa acontecer da forma mais harmoniosa e limpa possível.