terça-feira, janeiro 29, 2008

Carnaval

(Denise Fonseca – Fev/2008) decof@japuiba.com.br

O carnaval originou-se das festas pagãs, do culto à agricultura praticado pelos povos antigos e em homenagem aos deuses pagãos. Isto foi há 10.000 anos antes de Cristo. Quando houve a junção das religiões pagãs com o cristianismo, a Igreja Católica tratou de arranjar uma data para estas festividades, o que foi feito através das fases da lua, baseado na data da quaresma, que antecede a Páscoa. Do culto à agricultura e aos deuses pagãos, o carnaval evoluiu para brincadeiras com máscaras, batalhas de água de cheiro, confetes e até farinha. Algum tempo depois o carnaval começou a ser organizado e surgiram os chamados “cordões”, que na verdade não passavam de blocos, em que todos dançavam pelas ruas bem fantasiados. Além do carnaval de rua, também existiam os bailes nos clubes, como os famosos “Bailes de Máscaras”, que ainda existem até hoje Depois vieram as escolas de samba (no Rio e São Paulo) e os blocos organizados (cidades de interior), que também concorrem a prêmios.
As pessoas costumam dizer que no carnaval vale tudo, são três dias de muita festa, que o povo brasileiro transformou em quatro, cinco... São dias em que se pode ser e fazer qualquer coisa. Por isso vemos homem vestido de mulher e mulher vestida de nada; os gays se travestem deles mesmos e se consagram, realizando todos os sonhos acumulados durante o ano, sonhos de brilhar, já que eles são a atração maior. Todo mundo beija na boca de todo mundo e depois conferem o resultado; o que adquiriu maior número de bactérias é o que beijou mais. O número de filhos do carnaval é grandioso e aqueles que herdaram alguma doença sofrem a nostalgia.
As escolas de samba, assistidas por milhares de pessoas, inclusive por gringos, gastam uma fortuna e passam o ano se preparando para fazer bonito na passarela. Há aqueles participantes frenéticos que mal têm onde morar ou o que comer, mas desfilam com a fantasia mais bonita e esquecem as agruras da vida. Os mais velhos dizem que o Carnaval já não é mais o mesmo, e é verdade, por isso existe o bloco da terceira idade, onde todos têm um ritmo só, o de antigos carnavais, e não aquele saracoteio de passos alucinados e sem ritmo, movidos pelo combustível mais barato que a gasolina: o álcool.
Enfim, o carnaval é essa mistura de gostos e diversão, onde todos são de todos e ninguém é de ninguém; onde os limites são ultrapassados ou guardados numa caixa, trancados a sete chaves, para depois, por piedade e força do hábito, serem libertos. Afinal, são só três dias para desrecalcar, três dias para colocar (ou retirar?) a máscara, esquecer o espírito e deixar a carne fritar. Qual é a sua fantasia?

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