quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Carnaval: Uma História


Carnaval: uma história
por Carmen Amazonas
Carnaval é historicamente a festa mais profana já existente, com registros de até 3 mil anos. Suas raízes encontram-se na Grécia Antiga, no culto a Dionísio, o deus vindima, conhecido também como Baco, era um deus bastardo para os pagãos.
Conforme as plantações de parreiras se espalhavam pelas ilhas gregas, a região Arcádia, Dionísio era celebrado.
Em todas as festas no campo ele se fazia cada vez mais presente. Representavam-no como uma figura humana, só que de chifres, barbas e pés de bode, com um olhar embriagado.
A festa estendia-se durante três dias, havia uma grande bebedeira coletiva em meio à sexualidade desvairada.


Estudiosos dividem-se quanto à origem do termo Carnaval. Para alguns, a palavra vem de CARRUM NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C. Uma outra teoria é a de que a palavra Carnaval surgiu de Gregório I, o Grande, em 590 d.C. quando transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "qüinquagésima" deu o título de "dominica ad carne levandas", expressão que teria sucessivamente se abreviado para "carne levandas", "carne levale", "carne levamen", "carneval" e "carnaval", todas variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabres, etc..) e que significam ação de tirar , quer dizer: "tirar a carne" A terça-feira. (mardi-grass), seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum da Quaresma.

O Carnaval no Brasil tem sua origem no entrudo português, onde jogavam uns nos outros, farinha, água, ovos. Acontecia num período anterior à quaresma, com sentido de liberdade.
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII, influenciado pelas festas carnavalescas da Europa. Na Itália e França, usava-se máscaras e fantasias, para se desfilar pelas ruas.
No Final do século XIX, apareceram os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos “corsos”. Os carros eram decorados para desfile pelas ruas, dando origem aos carros alegóricos tão usados nas escolas de samba.
No século XX, tornou-se mais popular com a ajuda das marchinhas. Em 1899, Chiquinha Gonzaga, compôs para o cordão Rosa de Ouro, a marcha “Abre-Alas”.

Chiquinha Gonzaga - Abre Alas Chiquinha Gonzaga
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar


Nos anos 20, os ranchos eram a maior atração do carnaval de rua, composto pela classe média, devido ao custo da fantasia; já a população mais pobre saía nos cordões e blocos, formada por negros vindos da Bahia, ao som das batucadas ( ritmo de origem africana).
O Bloco de Sujo saía durante o dia, e como seus integrantes iam direto do trabalho para o bloco sem tomar banho, usando lençóis e máscaras que pareciam caveiras(clóvis). Havia o cordão dos velhos-foliões com máscaras de rosto de idosos, que vinham na frente puxando os blocos, o que deu origem às comissões de frente.
O Bloco das Piranhas surgiu da troca de roupas entre homens e mulheres para se fantasiarem. Pratos, frigideiras, facas e ritos de candomblé compunham a batucada.
Em 1928 surge a primeira escola de samba no Rio de Janeiro, a “Deixa Falar”. Anos mais tarde transformando-se na escola de samba Estácio de Sá. No Nordeste do Brasil, em Recife e Olinda, é o frevo e o maracatu que dão ritmo ao carnaval. Em Salvador os trios elétricos, cantores e grupos típicos da região embalam os foliões. São destaques os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê.
Boa folia aos que vão para o samba e um ótimo descanso aos que preferem um bom livro ou um filme. Atenção nas estradas aos viajantes. Divertir-se sim, mas com segurança e responsabilidade. Esteja onde estiver,
muito Axé!!!

Rei Momo – deus pagão menor que presidia os festejos carnavalescos em Roma.

Tia Ciata – a mais famosa das “tias baianas” vindas para o Rio de Janeiro. Era na casa dessas “tias” que compositores e malandros reuniam-se em saraus musicais regados de muita bebida e tira-gosto. Assim desenvolveu-se o samba carioca.

Samba do crioulo doido - uma alusão às gafes nas letras de samba e nas composições, que em geral, eram feitas por negros e a maioria, analfabetos.

Surdo – de autoria de Bidê, o “surdo de marcação” foi criado aproveitando um latão de manteiga de 20kg, abrindo os dois lados e forrando com o saco de papel de cimento, levemente aquecido e úmido, preso com arame grosso.

Fonte: www.suapesquisa.com / www.terra.com.br / www.wikipédia.org /www.vagalume.uol.com.br

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

CONFLITO DA VERDADE

Por: Denise Fonseca

Tenho percebido há algum tempo, desde que faço parte dessa sociedade formada no planeta Terra, principalmente nos grupos mais próximos, como trabalho, família e amigos, que as pessoas se revoltam porque não conseguem mudar uma situação que gostariam fosse de outra maneira, porque segundo suas convicções, acham que é a correta. Mas nem tudo que convém a um, convém ao outro. Isso parece tão óbvio, porém, gostaria de penetrar mais nas profundezas dessa problemática, buscando um entendimento de alguns conflitos que tanto passamos. Ninguém gosta de ser tolhido, e muitas vezes somos obrigados a não sermos tão verdadeiros a fim de sobrevivermos. Isso é uma agressão ao nosso eu. O que seria de nós se fôssemos totalmente sinceros e despejássemos nossos mais íntimos pensamentos? Sobreviveríamos nesse mundo ou seríamos internados como loucos?
Nessa vida estamos sempre representando. Em casa somos filhos(as); esposos(as); pais; irmãos(ãs); cunhados(as) e outros. No trabalho somos empregados ou patrões. Em qualquer momento de nossas vidas temos de ser um. E talvez por isso vivamos sempre em conflito conosco mesmos e com o mundo, porque estamos em busca do nosso eu, que perdemos em alguma esquina de nossas vidas, de tanto que representamos. Creio que é dessa busca incessante que vem o conflito interior e o fato de não nos ajustarmos acaba causando o conflito com o mundo em que vivemos.
Acho que a busca de felicidade também está ligada ao fato de nos mantermos oprimidos na sociedade, escondendo nossos sentimentos, toda a verdade que habita nossa alma. A verdade, nem sempre é compreendida e por isso machuca e dói. Nem todos estamos preparados para ouvi-la e aceitá-la. Pode ser o orgulho que nos contamina, esse defeito que não nos deixa aceitar e enxergar a verdade. Dizer o que vai contra a cultura formada por determinada sociedade pode nos trazer sérias complicações, como ser tachado de louco, até mesmo porque atribuir essa não aceitação à loucura não deixa de ser uma desculpa para quem não tem argumentos. Por outro lado, até que ponto a verdade pode nos prejudicar? O que achamos ser verdade para nós, pode não ser verdade para os outros. Não questionar isso seria prepotência; assim como pode parecer prepotência ser demasiado sincero. Outro fato é que, se fôssemos todos totalmente honestos, sinceros e verdadeiros, o mundo não seria previsível demais? Afinal, já foi provado que o povo gosta da mentira, não vive sem ela, uma prova é que os políticos demagogos continuam sendo reeleitos.
Para terminar, afirmo que este artigo é somente um desabafo de meus pensamentos, não sou dona da verdade, quero somente meu eu de volta, para poder ser eu mesma em todos os setores e momentos de minha vida, sem machucar e sem ser considerada louca. E vocês?
"O homem é bom, o que o corrompe é a sociedade" (Russeau)